Tipo de Sítio: Natural/Ambiental
Tipo de Acesso: Pedestre / Ciclável
O Paul da Lontreira, também conhecido por Paul de Budens, apresenta-se com uma importante zona húmida com cerca de 134ha. Deve o seu nome ao facto de aqui existirem lontras. Pela sua timidez não são fáceis de observar, mas, com sorte, de madrugada ou no lusco-fusco do entardecer, podemos ser presenteados com a sua aparição junto da ribeira ou mesmo em plena praia. Ao percorrer o caminho de terra-batida que se desenvolve a partir do estacionamento poderá apreciar a riqueza da biodiversidade local, designadamente a flora, a avifauna, imensos insetos e alguns répteis e anfíbios. No que a flora diz respeito, a vegetação palustre é dominada pelo caniço (Phragmites australis) e pela tabúa (Typha spp.). Estes caniçais são frequentados por diversas aves de zonas húmidas como a garça-branca-pequena (Egretta garzetta), a garça-imperial ou vermelha (Ardea purpurea), a cegonha (Ciconia ciconia), o pato-real (Anas platyrhynchos) e a fuinha-dos-juncos (Cisticola juncidis). Bordejando o caminho, surgem matos e manchas florestais povoados de medronheiros (Arbutus unedo), sobreiros (Quercus suber) e pinheiros (Pinus spp.). Nestes bosquetes, nos arbustos e nas árvores, ocorrem aves mais “terrestes”, como o peneireiro-vulgar (Falco tinnunculus), a toutinegra-de-cabeça-preta (Sylvia melanocephala), a felosa-ibérica (Phylloscopus ibericus), a pega-azul (Cyanopica cyanus), o trigueirão (Emberiza calandra), entre outras. No inverno surge o chapim-de-faces-pretas (Remiz pendulinus) e no verão, sobrevoando as encostas adjacentes, o ativo e colorido abelharuco (Merops apiaster). Este ecossistema acolhe também algumas raridades no Algarve, como a felosa-unicolor ou cigarrinha-ruiva (Locustella luscinioides), cujo som lembra uma cigarra.